A Dissertação se caracteriza pela
defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um
determinado assunto. Para a fundamentação desse ponto de vista, o texto
dissertativo utiliza uma estrutura argumentativa, pois é a partir desses
argumentos que se justificará a ideia central da dissertação.
Em geral, para se obter maior
clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir o texto
dissertativo em três partes:
Introdução: em que se apresenta
a ideia ou o ponto de vista a ser defendido;
Desenvolvimento ou
Argumentação: em que se desenvolve o ponto de vista para tentar convencer o
leitor, usando uma sólida argumentação, com exemplos, citações, ou fornecimento
de dados;
Conclusão: em que se dá um
fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados.
Em um texto dissertativo não há,
de forma alguma, a marca de interlocução. Argumenta-se para convencer um leitor
hipotético, chamado de interlocutor universal. Portanto, em uma estrutura
dissertativa a presença da 2ª pessoa, de vocativos implica uma inadequação ao
tipo de texto a que se propõe.
A elaboração de uma dissertação
não está centrada na função poética da linguagem e sim na colocação e na defesa
de ideias, logo não se justifica o uso exagerado de figuras de linguagem em um
texto dissertativo, pois os subtextos que a linguagem figurada cria pode, de
alguma forma, esvaziar o poder argumentativo do texto.
A seleção de argumentos e ainda a
forma de argumentar serão decisivos para a estruturação e o sucesso do texto. A
consistência da dissertação se deve, basicamente, à consistência dos argumentos
escolhidos para defender o ponto de vista. A esse ponto de vista damos o nome
de tese.
Acerca de um tema podemos obter
vários pontos de vista diferentes. Por isso, é fundamental que se eleja, antes
de tudo, a tese que será defendida a respeito daquele tema. Definida a tese,
podemos selecionar os argumentos mais contundentes que possam sustentar a tese
que se pretende defender.
Uma argumentação sustenta-se
basicamente de quatro maneiras:
argumentos de valor universal
- aqueles que são incontestáveis. Se dissermos, por exemplo, que sem resolver
os problemas de família não se resolvem os das crianças de rua, vai ser difícil
alguém contradizê-lo;
dados colhidos na realidade
- as informações têm de ser exatas e do conhecimento de todos. Informações
falsas ou sem respaldo suficiente não convencem ninguém;
citações de autoridade -
neste caso, o embasamento pode vir dos principais autores sobre o assunto. É
importante ler muito e se informar;
exemplos e ilustrações -
recorrer a exemplos conhecidos, de domínio público, ajuda a fortalecer a
argumentação.
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