terça-feira, 31 de maio de 2016

ELABORAÇÃO DE ROTEIRO


Roteiro

1- Momento de “tempestade” de ideias:

Anote todas as ideias: palavras, frases, sem censura nenhuma. O momento é de explorar tudo o que vier à cabeça a partir do tema proposto.

 

2- Momento de riscar aquilo que não fará parte do texto.

 

3- Momento de organizar as ideias. Definir a argumentação e delimitar o que será dito em cada parágrafo.

 

4- Momento de buscar a aplicação do conhecimento de várias áreas, fazer relações, elaborar argumentos de autoridade, proposta de intervenção (ENEM)...

 

5- Momento de trabalhar o CAMPO SEMÂNTICO, isto é, que palavras relacionadas ao tema central não podem deixar de ser usadas no texto? LISTE ESSAS PALAVRAS IMPRESCINDÍVEIS.

 

6- Momento de elaborar o texto em si.

 

7- Momento de revisar. Prestar atenção na pontuação, na ortografia, na regência e concordância, nos elementos coesivos, na clareza e coerência das ideias.

A ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO



 

A Dissertação se caracteriza pela defesa de uma ideia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um determinado assunto. Para a fundamentação desse ponto de vista, o texto dissertativo utiliza uma estrutura argumentativa, pois é a partir desses argumentos que se justificará a ideia central da dissertação.

 

Em geral, para se obter maior clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir o texto dissertativo em três partes:

 

Introdução: em que se apresenta a ideia ou o ponto de vista a ser defendido;

 

Desenvolvimento ou Argumentação: em que se desenvolve o ponto de vista para tentar convencer o leitor, usando uma sólida argumentação, com exemplos, citações, ou fornecimento de dados;

 

Conclusão: em que se dá um fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados.

 

Em um texto dissertativo não há, de forma alguma, a marca de interlocução. Argumenta-se para convencer um leitor hipotético, chamado de interlocutor universal. Portanto, em uma estrutura dissertativa a presença da 2ª pessoa, de vocativos implica uma inadequação ao tipo de texto a que se propõe.

 

A elaboração de uma dissertação não está centrada na função poética da linguagem e sim na colocação e na defesa de ideias, logo não se justifica o uso exagerado de figuras de linguagem em um texto dissertativo, pois os subtextos que a linguagem figurada cria pode, de alguma forma, esvaziar o poder argumentativo do texto.

 

A seleção de argumentos e ainda a forma de argumentar serão decisivos para a estruturação e o sucesso do texto. A consistência da dissertação se deve, basicamente, à consistência dos argumentos escolhidos para defender o ponto de vista. A esse ponto de vista damos o nome de tese.

 

Acerca de um tema podemos obter vários pontos de vista diferentes. Por isso, é fundamental que se eleja, antes de tudo, a tese que será defendida a respeito daquele tema. Definida a tese, podemos selecionar os argumentos mais contundentes que possam sustentar a tese que se pretende defender.

 

Uma argumentação sustenta-se basicamente de quatro maneiras:

 

argumentos de valor universal - aqueles que são incontestáveis. Se dissermos, por exemplo, que sem resolver os problemas de família não se resolvem os das crianças de rua, vai ser difícil alguém contradizê-lo;

 

dados colhidos na realidade - as informações têm de ser exatas e do conhecimento de todos. Informações falsas ou sem respaldo suficiente não convencem ninguém;

 

citações de autoridade - neste caso, o embasamento pode vir dos principais autores sobre o assunto. É importante ler muito e se informar;

 

exemplos e ilustrações - recorrer a exemplos conhecidos, de domínio público, ajuda a fortalecer a argumentação.

TEXTUALIDADE, COESÃO TEXTUAL E SEUS OPERADORES


TEXTUALIDADE, COESÃO TEXTUAL E SEUS OPERADORES


 

Um texto não é uma sequência de sentenças, mas um encadeamento semântico delas, criando uma rede de sentido, a que damos o nome de textualidade. A esse encadeamento damos o nome de coesão. Em um texto falado podemos recuperar informações através de vários mecanismos, como o gesto, o tom da voz, o olhar. Em um texto escrito, esses recursos não estão disponíveis, portanto é fundamental que o encadeamento das sentenças seja preciso.

 

Uma textualidade supõe o entendimento claro do que se está querendo dizer, mas a língua dispõe de amplos recursos para construir essa textualidade de forma mais enxuta e coesa. Trata-se dos mecanismos de coesão.

 

Tomemos como exemplo duas sentenças simples:

 

Pegue as frutas. Coloque as frutas no carrinho.

 

O falante pode recuperar a informação sobre quais frutas são apontando para elas, por exemplo. Suponhamos que houvesse várias frutas, umas próximas ao falante, outras distante dele. Em um texto escrito seria fundamental que se determinasse através de um mecanismo de coesão a quais frutas estamos nos referindo:

 

Pegue aquelas frutas. Coloque as frutas no carrinho.

 

Esse procedimento, ainda que correto torna desagradável a leitura que se pretende fluida. Assim, faz parte do processo coesivo a adoção de uma estrutura mais enxuta, evitando repetições desnecessárias à textualidade.

 

Veja agora:

 

Pegue aquelas frutas. Coloque-as no carrinho.

 

Repare que o termo “frutas” foi recuperado pelo pronome “as”, deixando o texto mais enxuto, mais fluido, sem perder a sua clareza.

           

Vejamos alguns mecanismos de coesão:

 

Referência:

A coesão se estabelece fazendo referência a algum elemento já mencionado ou ainda por se mencionar. No exemplo anterior, o pronome “as” retoma o substantivo a que se faz referência. É a chamada referência anafórica. Veja um outro tipo de coesão referencial:

 

O time só pensava nisto: a conquista do campeonato.

 

Repare que o pronome “isto” só faz sentido se recuperado pela sentença posterior: “a conquista do campeonato.” A coesão se estabelece não pelo foi dito, mas pelo que se está por dizer. É a chamada referência catafórica.

 

As palavras responsáveis por esse tipo de coesão são os pronomes, que podem ser pessoais, possessivos ou demonstrativos, os advérbios de lugar e os artigos definidos. Veja esses exemplos:

No bar, Leticia pediu uma cerveja. A cerveja, no entanto, estava quente.

 

Veja que se substituíssemos o artigo definido por um indefinido, o texto não faria sentido:

 

* No bar, Leticia pediu uma cerveja. Uma cerveja, no entanto, estava quente.

 

 Veja:

 

Daniel esteve, ontem, em Brasília. Na referida cidade, o mesmo disse que a política continuava instável. 

 

Poderíamos tornar esse segmento mais coeso:

 

Daniel esteve, ontem, em Brasília. Lá, ele disse que a política continuava instável.

 

Ao escrever essas sentenças percebemos que o pronome “ele” poderia ser suprimido. É um outro mecanismo de coesão:

 

Elipse:

Estabelece-se quando algum elemento do texto é omitido:

 

Daniel esteve, ontem, em Brasília. Lá, (ele) disse que a política continuava instável.

 

Coesão lexical:

Trata-se do efeito obtido pela seleção vocabular ao se repetir o item lexical, substituindo-o por um sinônimo, um hiperônimo, ou ainda, um nome genérico. Veja:

 

Aquele menino foi bem no teste. O garoto parecia, de fato, preparado.

 

Os ladrões correram para dentro do supermercado. Lá, os criminosos foram detidos pela polícia.

 

As crianças se assustaram com as pegadas no chão. Quando se deram conta, viram a coisa atrás da porta.

 

Um tipo de coesão lexical é a nominalização, que transforma um verbo em substantivo, estabelecendo a coesão textual:

 

É preciso transformar a sociedade. Tal transformação começa com o incentivo à cultura e à educação.

 

 

Conjunção ou Conexão:

Estabelece uma correlação entre o que está para ser dito e o que já foi dito anteriormente travando uma relação de sentido qualquer.

 

Murilo estava sem dinheiro e pediu dinheiro ao banco.

 

Murilo pediu dinheiro ao banco, mas não conseguiu pagar.

 

Como não conseguiu pagar o dinheiro, Murilo perdeu o seu crédito.

 

DISSERTAÇÃO: PARTES DO TEXTO DISSERTATIVO, TESE E ARGUMENTO


DISSERTAÇÃO

Ø  PARTES DA DISSERTAÇÃO

Ø  ARGUMENTO

Ø  TESE

 

 

AS PARTES DO TEXTO DISSERTATIVO

       INTRODUÇÃO

       DESENVOLVIMENTO

       CONCLUSÃO

 

ARGUMENTO

Significado de Argumento

1 Raciocínio de que se tira consequência.


2 Objeção.


3 Razão, prova.


4 Exposição resumida.


5 Texto com a ação, os diálogos e as indicações técnicas para a realização de uma obra cinematográfica ou televisual.


6 Cada um dos elementos nominais que implicam uma relação de dependência com o predicado da frase.

https://dicionariodoaurelio.com/argumento

 

 

 

 

TESE

Significado de Tese

1 Proposição que alguém expõe propondo-se discuti-la ou defendê-la.


2 Assunto, tema.


3 em tese:  em geral.

https://dicionariodoaurelio.com/tese

 

EXEMPLO:

 

“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita, pois lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem-redigidos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística; e também porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, o seu ponto de vista em relação aos assuntos. Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.”

No texto acima temos uma ideia defendida pelo autor.

TESE:“A leitura auxilia o desenvolvimento da escrita.”

 

Em seguida o autor defende seu ponto de vista com os seguintes argumentos:

ARGUMENTOS:“… lendo o indivíduo tem contato com modelos de textos bem-redigidos que ao longo do tempo farão parte de sua bagagem linguística e, também, porque entrará em contato com vários pontos de vista de intelectuais diversos, ampliando, dessa forma, o seu ponto de vista em relação aos assuntos.”

E por fim, comprovada a sua tese, veja que (a idéia da tese) é recuperada:

CONCLUSÃO: “Como a produção escrita se baseia praticamente na exposição de ideias por meio de palavras, certamente aquele que lê desenvolverá sua habilidade devido ao enriquecimento linguístico adquirido através da leitura de bons autores.”

Observe como o texto dissertativo tem por objetivo expressar um determinado ponto de vista em relação a um assunto qualquer, e convencer o leitor de que este ponto de vista está correto. Poderíamos afirmar que o texto dissertativo é um exercício de cidadania, pois nele o indivíduo exerce seu papel de cidadão, questionando valores, reivindicando algo, expondo pontos de vista, etc.

 

 

TÓPICO FRASAL


 

O Tópico frasal

 

 

            Em geral, o parágrafo-padrão, aquele de estrutura mais comum e mais eficaz, consta, sobretudo na dissertação e na descrição, de duas e, ocasionalmente, de três partes: a introdução, representada na maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de maneira sumária e sucinta a idéia-núcleo (é o que passaremos chamar daqui por diante de tópico frasal); o desenvolvimento, isto é, a explanação mesma dessa idéia-núcleo; e a conclusão, mais rara...

 

            Constituído habitualmente por um ou dois períodos curtos iniciais, o tópico frasal encerra de modo geral e conciso a idéia-núcleo do parágrafo. (...) É certo que nem todo parágrafo apresenta essa característica: algumas vezes a idéia-núcleo está como que diluída nele ou já expressa num dos precedentes, sendo apenas evocada por palavras de referência (certos pronomes) e partículas de transição. Mas a maioria deles é assim construída.

            Observe agora um parágrafo escrito por Gilberto Amado:

 

            O Brasil é a primeira grande experiência que faz na história moderna a espécie humana para criar um grande país independente, dirigindo-se por si mesmo, debaixo dos trópicos. Somos os iniciadores, os ensaiadores , os experimentadores de uma das mais amplas, profundas e graves empresas que ainda se acharam em mãos da humanidade. Os navegadores das descobertas que chegaram até nós impelidos pela vibração da Renascença, cumpriram um feito que terminava com o triunfo na luz da própria glória: belo era o país que descobriram, opulenta a terra que pisavam, maravilhoso o mundo que em redor se desdobrava; podiam voltar, contentes, que tudo para eles se cumprira.”

 

  • No primeiro período grifado, o autor teve a intenção de mostrar que se trata da idéia central do parágrafo, portanto, constitui o tópico frasal.

 

 

Afinal, qual é a ideia-núcleo deste parágrafo?

 

___________________________________________________________________

 

 

      Portanto, é de suma importância que se estruture o parágrafo, expondo com clareza sua ideia-núcleo que será desenvolvida com todos os recursos de que dispomos para desenvolvê-la.

 

ONDE, AONDE E OUTRAS DÚVIDAS


Dúvidas frequentes

 

Obrigado/Obrigada

 

        O adjetivo obrigado, com o significado de “agradecido”, “grato” estabelece concordância com a pessoa que faz o agradecimento, portanto, o homem diz: “Muito obrigado”; a mulher diz: “Muito obrigada”.

 

 

Ao Invés De/Em Vez De

 

Ao invés de significa “ao contrário de”.

 

Ex: Ao invés do que disse a diretora, o aumento salarial não acontecerá.

 

Em vez de significa “no lugar de”.

 

Em vez de jogar cartas, preferimos passear na praia.

 

 

Aonde/Onde

 

 

Emprega-se aonde com os verbos que dão ideia de movimento. Equivale sempre a “para onde”

 

Aonde você vai?

 

Naturalmente, com os verbos que não dão idéia de movimento emprega-se onde.

 

Onde estão as contas?

Não sei onde te encontrar.

 

 

ESTE, ESSE, AQUELE


Este, esse, aquele

 (por Carmen Pimentel)

 

Sabe usar essas palavras sem ficar na dúvida? Parabéns! Não sabe? Aqui está a sua chance de aprender e nunca mais se confundir! Vamos lá?

Os pronomes demonstrativos este, esse e aquele (junto com suas variações de feminino e plural) indicam a posição e a identificação de um elemento no espaço, no tempo e no texto.

 

Assim, vejamos:

1) este(s), esta(s), isto

 

No espaço - indicam o que está perto de quem fala.

Ex.: Esta revista que tenho nas mãos traz artigos muito interessantes!

 

No tempo - indicam um tempo presente, atual.

Ex.: Esta é uma época de profundas transformações políticas.

 

No texto - referem-se ao que vai ser mencionado à frente.

Ex.: Minha opinião é esta: devemos ler mais para ficarmos bem informados.

 

2) esse(s), essa(s), isso

 

No espaço - indicam o que está perto de quem ouve.

Ex.: Essa revista que está com você é a Folha da Gávea?

 

No tempo - indicam um futuro ou um passado não muito distante do tempo atual.

Ex.: O jogo acontecerá nesse domingo à tarde.

 

No texto - referem-se a algo que foi mencionado anteriormente.

Ex.: Boa vontade e dedicação: ela nos pediu só isso.

 

3) aquele(s), aquela(s), aquilo

 

No espaço - indicam o que está longe de quem fala e de quem ouve.

Ex.: O que é aquilo lá no fim da rua?

 

No tempo - indicam um tempo remoto, distante.

Ex.: Mudei-me para cá há vinte anos. Naquela época, aqui não havia nem escola, nem hospital, nem estrada asfaltada.

 

No texto - são usados em conjunto com este(s), esta(s), isto, para fazer referência a algo já citado. Aquele refere-se ao primeiro elemento citado; este refere-se ao último elemento citado.

Ex.: Fluminense e Grêmio são dois importantes times brasileiros. Este é gaúcho e aquele é carioca.

 

Até que não é tão complicado assim, não é mesmo? Muitas pessoas, porque ficam na dúvida, usam esse e este sem nenhum critério. Na verdade, o esse domina a maioria das escolhas. De agora em diante, não caia mais na mesmice e utilize os pronomes demonstrativos corretamente!